Esse final de semana fui presenteado com um capítulo do livro chamado Receitas Para o Desastre. Entre diversas técnicas de descontrole social ele ensina o ato revolucionário e terrorista que pode ruir com o sistema capitalista, que ajuda diretamente em acabar com a fome no mundo mas que é tão violento e destrói a sociedade e os bons costumes a ponto de que algumas pessoas já foram presas executando-o.
Dar comida de graça pras pessoas na rua. Simples assim.
Chamado de Comida, Não Bombas, este protesto prático visa por a mão na massa contra a violência da pobreza e da fome. Um estômago vazio faz as pessoas cometerem as piores loucuras. A fome e a pobreza encurtam a vida, levam as pessoas ao vício, corroem o orgulho, a auto-estima e a confiança.
A fome é cruel. E um estado / sistema que gasta mais com bombas do que com comida para quem precisa é cruel também.
Não temos como combater a crueldade com mais violência. Pegar em armas e destruir o sistema não parece ser uma opção que gerará algum tipo de paz. Vamos pegar nas colheres então.
Segundo o livro:
O que você precisa para fazer um Comida, Não Bombas
- Compreender e concodar com os 3 princípios do Comida, Não Bombas
- Um local e um horário pra cozinhar
- Um local e um horário pra servir
- Um grupo fixo de voluntários
- Transporte
- Um conjunto básico de panelas grandes
- Potes para servir a comida
- Utensílios
- Comida
O que você não precisa para fazer um Comida, Não Bombas
- Habilidades culinárias
- Muito dinheiro
- Permissão
O mais importante na minha opinião é entender e concordar com os 3 princípios: consenso, não violência e vegetarianismo / veganismo. Consenso quer dizer que a organização não deve ter nenhum tipo de hierárquia, não é uma caridade. Não violência porque em algumas partes do mundo pessoas já foram presas ou encontraram algum tipo de repressão e o Comida Não Bombas é um movimento de ação direta, não de coerção. E comida vegetariana / vegana porque [inserir aqui muitos motivos que todos sabemos].
De resto a gente só precisa fazer o caminho de conseguir comida, conseguir preparar e conseguir distribuir.
Pra fazer o primeiro e não complicar muito e ser só mais uma ideia no ideias.txt, pensei em algo simples que eu pudesse fazer no meu apartamento. Assim também diminui o transporte e o número de pessoas necessárias.
Precisaria comprar:
- Panela 27 litros - 50 reais em site de compra de coisa usada
- Fogareiro com 1 boca - 60 reais
O resto de utensilio eu tenho.
Pra distribuir comprar talheres e potes. Os potes podem ser doações.
A ideia da comida é algo que possa ser comida com uma colher, que não precise mastigar muito e que tenha como fazer tudo em uma panela.
Pra não ser um sopão, pensei em algo tipo: lentilha ou feijão ou algum grão (soja?), arroz, batata, cenoura e outros legumes. O mais difĩcil talvez seria o feijão e depois o arroz junto, então lentilha ficaria mais fácil porém mais caro pra fazer.
Alguns legumes, verduras e frutas cruas tambẽm podem ser servidas e não precisariam de muito preparo além do lavar.
O livro tambẽm dá algumas dicas de como pedir doações, conversar com restaurantes e feirantes para conseguir comida muito barata ou até mesmo de graça, mas no momento gostaria de tentar fazer algo mais simples e que qualquer pessoa conseguisse replicar com um mínimo de logística e esforço. Como pode exemplo fazer um panelão de comida e distribuir em um local perto de casa.
Dúvida:
- Quantas refeições dá pra fazer em uma panela de 27 litros? + ou - 27 refeições bem servidas?
- Quanto custa?
Ações:
- Descobrir receita + barata / viável / saborosa possível nessa escala de até 27 litros
- Confirmar preço da panela e do fogareiro
- Descobrir se nenhum parente ou amigo próximo não tem nada disso para emprestar / doar
- Descobrir dia e horário que a população esteja desassistida de alimentos gratuítos ou de baixo custo
- Conversar com pessoas mais experientes na cozinha
- Conversar com pessoas que estão em situação de rua para entender como funciona a alimentação deles
Alguns locais que sei que distribuem alimentos é no Mercado Público de noite (acho que quarta ou quinta), meio dia durante a semana no Tesourinha e domingo no viaduto da João Pessoa.
Atualizo na sequência.